sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

O estado de espírito de um observador consciente...



Através dos olhos de uma criança, um "Mar" de "consciência" pode surgir. 
E desse Mar a paz que leva ao infinito. Ao conhecimento de si mesmo...

Grandes mestres do passado atingiram uma compreensão profunda da vida. Não porque tiveram um árduo treinamento intelectual, mas porque abandonaram todas as falsas concepções sobre a realidade e transcenderam os limites da mente comum. Da experiência da vida em sua originalidade e espontaneidade surgiu o Chán.

Desde o nosso nascimento, aprendemos a interpretar os acontecimentos, a identificar os seres e objetos através de noções comparativas. Supomos o claro quando verificamos o escuro, descobrimos o "eu" quando admitimos o "outro". A partir da definição de referenciais, desenvolvemos nosso conhecimento do mundo, baseados em nossas próprias conclusões mentais. Por serem pessoais e subjetivas, essas noções não podem ser consideradas verdades absolutas. Não podemos dizer onde termina o claro e começa o escuro, pois os opostos fazem parte do mesmo princípio. A concepção de um ou de outro é uma questão de interpretação.

Esse princípio é observado em todos os fenômenos no universo, onde nada possui uma realidade absoluta e imutável. Tudo é relativo e depende do olhar do observador. Essa falta de substancialidade real, ou seja, a vacuidade dos fenômenos, é conhecida nas tradições budistas como sunyata. Mais um reconhecimento das características transitórias do universo do que propriamente a nulidade de sua existência, o conceito do sunyata abre a nossa mente para um campo além do entendimento comum e intelectual. Ele nos atenta para o fato de o que chamamos de real ser uma idéia suposta e dependente de um referencial. Aquilo que existe, ao mesmo tempo não existe e esse entendimento não pode ser alcançado se não superarmos a lógica materialista.

Os meios para se experimentar essa consciência dependem principalmente da prática da meditação. Procura-se atingir um estado elevado de consciência, a não-mente, onde percebe-se a natureza subjetiva da mente comum. Nesse estado, não há identidade, pois a mente se une à grande mente (bodhicitta) e as distinções deixam de existir. É o estado do samadhi.(Um estado de "Observador Consciente"!)
Um feliz 2011!
 Paz e liberdade em suas escolhas no novo ano & AEON(era)...

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O curioso caso da "folha em branco"...




Uma folha em branco é algo vazio e sem importância.

Pego a folha e escrevo um relatório governamental.
Ela ganha um novo significado, sendo no entanto a mesma folha.
Onde está o novo significado: na folha, em quem escreveu ou em quem leu?

Pego esse relatório e faço uma dobradura de cisne.
Ela ganha um novo formato, sendo no entanto a mesma folha.
Onde está o novo formato: na folha, em quem dobrou ou em quem viu?

Pego o cisne de papel e coloco fogo, virando cinzas.
Ele ganha uma nova aparência, sendo no entanto a mesma folha.
Onde está a nova aparência: na folha, em quem queimou ou em quem observa?

O pó das cinzas se mistura ao barro que um escultor molda a estátua de Buda.
Ele ganha uma nova forma, sendo no entanto a mesma folha.
Onde está a nova forma: na folha, em quem moldou ou em quem louva?

Quando foi que a folha em branco deixou de ser o que era,
algo vazio e sem importância, para se tornar algo sagrado?

A mente vê divisão onde na verdade não existe. Os fenômenos são interpretações que existem na mente do observador. Não podemos capturar uma fração da realidade e atribuir-lhe uma identidade, pois é tudo um grande fluxo contínuo de causas e condições. A identidade é vazia.

A mente é impregnada pelas nossas ações , no entanto a nossa verdadeira natureza continua lá, como a folha de papel em branco que nunca deixou de ser o que era. É como o aforismo Zen:
"A mente é como um espelho brilhante
Cuide para mante-la sempre limpa
Não permitindo que o pó se assente"

Ou se considerarmos a natureza vazia da realidade:
"A mente não é como um espelho brilhante
Se não há nada desde o princípio
Onde o pó se assenta?" ( A resposta fica por conta do "internauta"...)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Brilho... Sombras...



Reflexos mentais em brilhos e sombras.
..As mãos empregadas nas ações
..são os instrumentos que pincelam a vida.
A obra não acaba e o trabalho prossegue.
..Focando o término, só indeterminação.
..Focando o trabalho, só realização.
A inspiração assegura a autenticidade da arte.
..Se a tinta for consumida pelo dever,
..será reposta durante o grande repouso.
Que o artista funda-se com a arte.
..E que o foco no pintar dissolva
..os borrões de um aprendiz incauto.
Que o pincel mova-se antes da ação.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Reintegrar consigo mesmo AGORA...



Um mensagem de reflexão para "o dia" que "quase" todo o mundo desacelera a vida(corrida), para união "familiar" e uma propensa reflexão, quanto a vida e as pessoas e principalmente a "união"...

Já disse, Humberto Mariotti, médico, escritor e ensaísta brasileiro: 
"Ninguém faz nada sozinho. Precisamos do outro
desde que nascemos: é ele quem confirma a
nossa existência e a recíproca é verdadeira."

Vivemos em um mundo que sofre de alucinações competiti-
vas. Vencer não significa apenas alcançar uma posição, um
benefício, mas eliminar a posição e o benefício do outro. O
vencedor prova a sua supremacia pela exclusão social do outro.
O homem teme a não existência de Deus, teme perder a família,
receia não ter amigos.
Teme descobrir-se sozinho no universo.
O homem teme a solidão, no entanto, estrutura-se de modo a alcan-
çar a passos largos o seu próprio temor. Decifra-me ou te devoro!
O estado de ser feliz é algo plausível!
Precisamos apenas reaprender a ver, ouvir, reaprender a esperar, a
conversar, amar e abraçar.
Precisamos migrar de um pensamento linear e imediatista para um
pensamento complexo onde todos os pontos de uma circunferên-
cia são observados e avaliados por seu centro.
Precisamos compreender que Ser não é a mesma coisa que estar.
É importante entender que basta reintegrar consigo mesmo e com todos ao redor!
Reintegrar = Reconduzir --> sua vida... 

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Questionamentos...



Dia, noite: dia e noite.
O ciclo parece nunca ter fim.
Será isso uma renovação ou uma repetição?

Chegam vidas e vão-se vidas, todo dia.
Por que vêm e por que vão?
Questões surgem em toda situação.

Se um dia o dia reinar e a noite falhar, onde estará a lua para se contemplar?
Se os novos dias forem garantia de mais vida para as almas antigas,
como poderão elas repousar?

Línguas nunca faltam para uma nova questão.
Onde ficam as respostas quando não há perguntas?
Para onde vão as questões depois de respondidas?

Quão calmas são as águas profundas da sabedoria
quando não influenciadas pelas ondas de uma questão?
Nem todos querem uma boa explicação.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O mundo nas mãos...



Diante da grandeza do Universo, somos minúsculos - nem parece que fazemos diferença. Seguindo essa linha, podemos nos sentir vítimas das condições a que estamos sujeitos, sendo incapazes de mudar seu curso. É um pensamento simplista e pessimista. É preciso lembrar de que somos um micro-cosmo, uma réplica do cosmos, nas devidas proporções. Se conseguirmos perceber no que uma pequena parte afeta o todo, as possibilidades se abrem.

Eu vejo a possibilidade de uma simples célula destruir o mundo. Viaje comigo: uma única célula cancerígena afeta as células vizinhas, os tecidos, a saúde do organismo e pode até levar a pessoa à morte. Essa pessoa, por conseguinte, pode ser um importante líder internacional e sua morte pode abalar todo o planeta, alterando o padrão vibracional da Terra e afetando o equilíbrio do sistema solar, que irradia para outros sistemas e planetas distantes, gerando conflitos e levando a uma guerra intergalática. É impossível? Quem sabe? Mas o ponto é que uma minúscula partícula é capaz de desencadear uma alteração no todo, pois tudo está envolvido, tudo interage. A mudança é possível a um nível muito maior do que a mente condicionada pode supor. Somos mesmo minúsculos?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Silêncio...



Quando todas as vozes se calam
E o silêncio se faz,
Nada mais faz sentido, nem deixa de fazer.
O sentido perde sentido.

Ao abrir a boca, os lábios continuam unidos.
As palavras saem, mas nada é dito
E um leve sorriso irradia-se para além dos lábios.

Ao surtir o mais sutil movimento,
O Universo todo o segue como o rabo do dragão,
Sem deixar rastros para trás.

Sim, há um caminho. Sim, há passos,
Mas os pés estão suspensos sem tocar o chão.
Sem ter onde pisar, não há onde chegar.

Quando todas as vozes se calam,
Tudo o que é dito nos domínios do silêncio
Torna-se parte de uma sinfonia
Cujas notas soam sem jamais serem tocadas.

É um momento em que nada jamais precisa ser dito.

sábado, 18 de dezembro de 2010

Thelema e o Autoconhecimento

  

A teologia thelêmica busca proporcionar o entendimento do funcionamento do Ser Humano e, como o que está em cima é como o que está embaixo, consequentemente também do funcionamento do Universo, como no postulado de Delfos: "Homem, conhece–te a ti mesmo e conhecerás aos deuses e ao Universo". A força motriz da realidade é a Vontade (Thelema), enquanto sua natureza é o Amor (Agape). A fórmula do Amor descreve que tudo aquilo que está dividido, está pela oportunidade do Amor, pela chance de união. Esse força que impulsiona a comunhão é a ideia contida em "Amor sob vontade". Assim, também, cada ação ou movimento criativo da Vontade é um ato de Amor. 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Vida sob a visão de Thelema


A realidade e a vida são encaradas por Thelema como puro regozijo. Não possuindo um conceito análogo aos de Pecado Original, castigo divino ou término de uma "Idade de Ouro", Thelema não crê na vida como uma punição, um cárcere ou um tormento. A alegria da existência e o êxtase do Amor, como exaltação e refinamento da consciência, são a própria base da realidade. Ainda que se compreenda que existam a dor e outras fontes de angústia, estas não são nem negadas, nem se tornam em si mesmas a base de um comportamento. São, ao invés disso, sintomas de algum processo natural ou fase específica do espírito humano.

Ao finalmente conhecer sua Vontade e executar a fórmula do "Faze o que tu queres", o Ser Humano torna–se pleno, livre de toda dualidade, ilusão e restrição. Ele se torna o Zero, a potência do Todo: torna–se Pã, a brincar enquanto cria livremente, tocando a sua flauta, em seu bosque sob a Noite.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lei de Thelema

   

Faze o que tu queres há de ser toda a Lei

O princípio Thelemico está dedicado aos altos propósitos de segurança da Liberdade do Indivíduo e de seu crescimento em Luz, Sabedoria, Compreensão, Conhecimento e Poder; mediante Beleza, Coragem e Sapiência;
A lei de Thelema está encravada no Livro da Lei, recebido por Aleister Crowley em 1904, e com este, uma mensagem de revolução do pensamento humano, da cultura e religião baseados no simples axioma: "Faze o que tu queres há de ser toda a Lei - Amor é a lei, amor sob vontade". Essa Lei, resumida na palavra Thelema, não é para ser interpretada como uma licença para satisfazer cada capricho vivido, porém antes um mandato a descobrir a sua única e Verdadeira Vontade e persegui-la; deixando outros fazerem o mesmo em seus únicos e próprios e caminhos. "Todo homem e toda mulher é uma estrela".
Amor é a lei, amor sob vontade.
Paz, Tolerância, Verdade;
Saudações em Todos os Pontos do Triângulo;
Com Respeito à Ordem.
A Quem Interessar possa.
Thelema ("Télêma") é uma palavra Grega que significa "vontade" ou "intenção". Ela é também o nome da nova filosofia espiritual que foi erguida à quase cem anos e está agora tornando-se gradualmente estabilizada ao redor do mundo.
Uma das mais primeiras menções a esta filosofia ocorre no clássico Gargantua e Pantagruel escritos por Francois Rabelais em 1532. Um episódio desta aventura épica conta-nos da fundação da "Abadia de Thelema" como uma instituição para o cultivo das virtudes humanas, que Rabelais identificou como sendo por completa oposta às prevalecentes propriedades Cristãs do momento. A única regra da Abadia de Thelema era: "Faze o que tu queres há de ser toda a Lei". Essa tem sido uma das crenças básicas da filosofia Thelemica hoje.
Embora tocada sobre vários proeminentes e visionários pensadores nos cem anos seguintes, a semente de Thelema plantada por Rabelais eventualmente veio a dar frutos na primeira parte deste século, quando desenvolvida por um inglês chamado Aleister Crowley. Crowley foi um poeta, autor de vários livros, montanhista, magista e membro de uma sociedade oculta conhecida como Ordem Hermética da Aurora Dourada (Hermetic Order of Golden Dawn). Em 1904, enquanto viajava pelo Egito, com sua esposa Rose Kelly, Crowley tornou-se inexplicavelmente envolvido em uma série de eventos no qual ele clama inaugurar um novo aeon da evolução da humanidade. Esses fatos culminaram em Abril, quando Crowley entrou em um estado de transe e escreveu os três capítulos de 220 versos que veio a ser chamado O Livro da Lei (também conhecido como Liber AL e Liber Legis). Entre outras coisas, esse livro declarou: "A palavra da Lei é Thelema" e "Faze o que tu queres há de ser toda a Lei".
Crowley gastou o resto de sua vida desenvolvendo a filosofia de Thelema, tal como revelado pelo Livro da Lei. O resultado foi uma volumosa produção de comentários e trabalhos relacionados à magick, misticismo, yoga, qabalah e outros assuntos ocultistas. Virtualmente todos esses escritos levaram a influência de Thelema, tal como interpretada e entendida por Crowley em sua capacidade como profeta do Novo Aeon.
Uma teoria defende que cada capítulo do Livro da Lei está associado, em particular, com um aeon da evolução espiritual da humanidade. De acordo com isto, o Capítulo Um caracteriza o Aeon de Ísis, quando o arquétipo da divindade feminina era eminente. O Capítulo Dois relata o Aeon de Osíris, quando o arquétipo do deus morto tornou-se proeminente, e as palavras da religiões patriarcais foram estabelecidas. O Capítulo Três proclama o alvorecer de um novo aeon, o Aeon de Hórus, a criança de Ísis e Osíris. É neste novo aeon que a filosofia de Thelema será completamente desvelada à humanidade, e será estabelecida como o primeiro paradigma para a evolução espiritual das espécies.
Alguns desses elementos essenciais da crença em Thelema são:
"Todo homem e toda mulher é uma estrela."
O significado disto geralmente é tomado que cada um indivíduo é único e têm seus próprios caminhos em um universo espaçoso, onde eles podem mover-se livremente sem colisão.
"Faze o que tu queres há ser toda a Lei." e "tu não tens direito senão faze o que tu queres."
Muitos Thelemitas esperam que toda pessoa possui uma Verdadeira Vontade, uma simples motivação abrangente por suas existências. A Lei de Thelema determina que cada pessoa siga sua Verdadeira Vontade para alcançar satisfação na vida e liberdade das restrições da suas naturezas. Pois duas Verdadeiras Vontades não podem estar em real conflito (de acordo com "Todo homem e toda mulher é uma estrela"), essa Lei também proíbe alguém de interferir na Verdadeira Vontade de qualquer outra pessoa.
A noção de absoluta liberdade para um indivíduo seguir sua Verdadeira Vontade é uma das nutridas entre os Thelemitas. Essa filosofia também reconhece que a principal tarefa de um indivíduo que inicia o caminho de Thelema, é primeiro descobrir sua Verdadeira Vontade, através de métodos de auto-exploração tal como a magick. Além disso, toda Verdadeira Vontade é diferente, e por isso cada pessoa tem um único ponto de vista do universo, ninguém pode determinar a Verdadeira Vontade para outra pessoa. Cada pessoa deve chegar a descobrir por elas próprias.
É claro, com a ênfase sobre a liberdade e individualidade inerente em Thelema, as crenças de qualquer dado Thelemita são provavelmente para diferenciar daqueles de qualquer outro. No Comento anexado ao Livro da Lei é estabelecido que: "Todas as questões do Livro da Lei devem ser decididas apenas por apelo aos meus escritos, cada qual por si mesmo." Nisso, Thelema mal pode ser classificada como um "religião", uma vez que ele engloba uma vasta área de crenças, desde ateísmo ao politeísmo. O importante é que cada pessoa tem o direito de completar-se através de quaisquer credo e ações que são melhor adequados para eles (desde que eles não interfiram na vontade de outros), e somente eles mesmos estão qualificados para determinar quais são.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Um vídeo antigo e muito ATUAL!

Esse vídeo foi feito no Rio de Janeiro em 1992. Na época da ECO 92'. Encontro da Nações do mundo em favor do "meio ambiente" (ou em favor de outros interesses?). Ná época do inesquecível (esquecível pela maioria dos brasileiros) Presidente Fernando Collor de Melo. Uma menina canadense "discursou" em tom e palavras tão "realistas" e "atuais" que até HOJE são atuais, para a dura realidade em que os "falhos" governos sujeitam a humanidade. Fica aqui a mensagem e abaixo o vídeo que aposto leva a todos em sã "consciência" á REFLEXÃO! Fiquem com o vídeo e em paz...


Possibilidades ilimitadas de várias vidas em uma!



Eu ainda era pequeno na primeira vez que vi a frase "ele não sabia que era impossível, então foi lá e fez". Li essa frase de Jean Cocteau em uma revista de artes-marciais. Embora eu não identificasse claramente o significado da frase, ela me marcou bastante. Ele foi lá e fez, somente por não dar-se conta de que era impossível. Que fantástico, não houve limite para ele! E não há! Só há limite quando a mente sabe - quando mentaliza-se o limite.

É simples livrar-se do limite: basta abandonar a mente. Simples sim, mas fácil não, pois não queremos morrer. Abandonar a mente é morrer - para ela. Não sabemos sobre a realidade além da mente. O que sobra se a mente se for? É um questionamento mental, o questionamento daquela que não quer morrer.

Ao tentarmos superar a mente e realizar o antes impossível, nos intimidamos pela realidade limitadora. O que deu errado? Simples: a base para a concretização do objetivo ainda é da mente. A realidade física é mental. A realidade é o efeito, a mente é a causa. Não se pode eliminar o efeito fazendo parte dele, assim como o subordinado não pode comandar o chefe. O que fazer então? Esvaziar-se e ser a causa. Há como? A resposta para a mente é não. Entretanto, sim. Ele simplesmente foi lá e fez.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

A vida uma prisão?



Como pode o homem sentir-se vítima das circunstâncias quando tudo o que lhe acontece é fruto de uma semente que plantou? O exterior é um reflexo do interior, assim como o homem é um reflexo do ser infinito. O eterno ir e vir, o subir e cair mundano, não afetam o espírito da vida. Se o filho da existência permanecer centralizado em seu ser, poderá contemplar a beleza da manifestação. Com o coração em paz, a vida se mostrará um espetáculo milagroso.

Quem se afasta do Caminho, do centro do ser, inevitavelmente se vê vítima do ritmo da vida. O subir radica no cair - isso é natural e belo. Para aquele que está descentralizado, essa bela lei parece um castigo aprisionador. A vida não conhece o aprisionamento como o homem o conhece.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O que é ser Livre?





Todas as vezes que penso nas coisas que mais valorizo na vida e que realmente me fazem feliz, me deparo com a palavra “liberdade”. Tento entender o que ela é, mas me perco na imensidão de seu significado. Liberdade: portas abertas, potencial para uma nova realidade. Um desafio! O que eu faria na total liberdade do meu ser? Afinal de contas, quem disse que não sou livre?

Nem perto de ser real, a falta de liberdade é, na verdade, um hábito humano. Desde a primeira idéia do homem acerca da realidade em que vive, ele vem se enclausurando na sua própria jaula. Buscar um sentido na vida é algo natural, mas só é válido quando feito da maneira adequada. As pessoas estão presas a noções falsas da realidade, baseadas na ânsia pela satisfação de seus desejos e impulsos.

Se o homem quer entender a vida, deve primeiramente perceber que a vida não dá respostas. Ela não precisa se justificar, ela é o que é: livre. O entendimento da realidade fica a critério pessoal. Mas quem está preparado para encarar a vida da forma livre como é, sem respostas para suas questões, sem um sentido para sua compreensão intelectual? Ao invés de enxergar a realidade como é, o homem prefere enxergá-la como ele imagina, como uma projeção de seus desejos.

À parte dessa ficção mental, as coisas são como são. Nós nos sentimos presos justamente por nos limitarmos às nossas expectativas, tentando impô-las contra a realidade. A liberdade só é possível aceitando-se as coisas como são. Ela não consiste em adaptar a realidade a nós, e sim em ser flexível para adaptar-se à realidade. O homem que aspira à liberdade deve mudar sua perspectiva, deve abandonar o seu conceito limitado do que é ser livre. A vida não tem um sentido inerente, cada um dá forma ao vazio. Um indivíduo livre se esvazia, aceita a si mesmo e, dessa forma, aceita o mundo. Ele não busca a liberdade, ao contrário, ele oferece ao mundo a liberdade que nasce de seu interior.

sábado, 4 de dezembro de 2010

O DESPERTAR "KUNDALINI"


Kundalini vem do sânscrito e significa "fogo enroscado", a energia universal que alimenta a vida. É chamada no Ocidente de energia telúrica ou geoenergia. Entre os praticantes do yoga é denominada shakti e definida como a força divina que jaz aninhada na base da coluna humana. O despertar da energia kundalini tem caráter essencialmente espiritual, influenciando diretamente o equilíbrio do fluxo energético da vida.
  É também tema de estudo no campo da psicologia onde a reputam de difícil condução com a disciplina e maturidade que são requeridas para esse intento, pois é um conceito oriental, com outros significantes, e sem paralelos com a psicologia.

A Kundalini é o suporte de nossas vidas; é Ela que faz tudo funcionar no corpo. Sem Kundalini, nós morreríamos. O que chamamos de "ativar/despertar a Kundalini" é na verdade provocar uma irradiação de energia maior do que a "normal".
Como é uma energia densa, pouco sutil, e irriga principalmente os centros sexuais, ela é normalmente usada para o sexo (a força-motriz da espécie animal), mas nada impede que nós, pela VONTADE, direcionemos o grosso da Kundalini para outras funções, como religiosidade, carisma, oratória, esportes, etc. Por isso que algumas pessoas literalmente "transbordam" energia em algumas atividades, e se destacam por conta desse redirecionamento de "prioridades". Hitler, por exemplo, tornava-se um gigante, um vulcão transbordante de energia, quando em sua oratória, e com isso conseguia um imenso poder de persuação/intimidação, envolvendo seus ouvintes em algo que eles não podiam definir, mas ao qual ninguém ficava indiferente; já quando não podia falar, era sempre considerado por quem não o conhecia como esquisito, franzino, ridículo, apagado.
O "perigo" da ativação da Kundalini é que essa dose extra de energia potencializa tanto seus pensamentos bons quanto seus pensamentos maus. E tudo o que pensamos, "Criamos", de certa forma, e atraímos pra nós (Hitler, novamente, serve como ótimo exemplo de como não usar sua Kundalini). Aconselha-se, então, purificar (ou pelo menos "domar") primeiro sua mente, e buscar ativar a Kundalini só depois.
Há muitas maneiras de despertar a Kundalini. Ela pode ascender por meio de uma intensa devoção a Deus, pela repetição de um mantra ou pela prática de exercícios de Yoga. Em alguns casos, o aspirante pode até experimentar um despertar espontâneo (segundo Muktananda, devido ao mérito acumulado com as sadhanas - práticas espirituais - em vidas passadas). Mas casos como Hitler, Rasputin e outros magos trevosos com nítida influência da Kundalini nos mostra que a coisa pode ser muito mais natural (e distanciada das "boas práticas") do que se pensa.
 


quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Tudo acontece no seu devido tempo...



Muitas características próprias e alheias podem causar-nos insatisfação. Elas podem representar sofrimentos, angústias, incômodos, obstáculos nas realizações pessoais, profissionais, afetivas, etc. É comum encará-las unicamente como ameaçadoras e prejudiciais, desejando que não existissem. De fato, sem elas, seria bem mais simples - a situação poderia parecer mais fácil e cômoda. Mas será que isso seria realmente positivo? Não seria aniquilação retirar algo que faz parte de uma pessoa? Será que isso realmente não tem uma função?

Atitudes simplistas deixam de levar em consideração fatos relevantes. Desejar que uma pessoa mude indica egoísmo e falta de respeito pelo ser humano. Mudar alguém não pode ser percebido como uma simples mudança de móveis. Há fatores a serem considerados por trás de nossas atitudes. Se fazem parte da pessoa como um todo, elas têm suas funções e devem ser respeitadas, por mais negativas que possam parecer. Tudo faz parte de um processo. Quem as reprime conduz a própria aniquilação e isso traz conseqüências danosas. Quanto mais elas são negadas e não aceitas, mais a pessoa se torna parcial. Assim é em tudo. Não é por que os insetos picam o homem que a natureza os extingue. Isso geraria um desastre ecológico, afetando a sobrevivência do homem. Ignorar as causas é ignorar o todo.

Os atos não podem ser considerados isoladamente, como fenômenos independentes. Eles são apenas manifestações de algo já existente na pessoa. Por melhor que aparente ser, se a atitude de uma pessoa não for espontânea, não tem validade. Não faz sentido privar ou impor atos se a intenção for outra. A pessoa agirá artificialmente, pois seus atos não serão condizentes com suas atitudes. A imposição não modifica ninguém, apenas gera insatisfação e revolta. Sem pré-disposição, nada acontece. Ninguém pode mudar os outros, apenas mostrar caminhos. Qualquer mudança só é possível se houver interesse da própria pessoa. Quando ela é respeitada e as coisas são mostradas ao invés de cobradas, pelo bom-senso pode surgir a vontade de mudar e, então, isso ocorrerá naturalmente. Tudo acontece no seu devido tempo, quando e se a pessoa estiver preparada. Isso é fruto de um processo de educação, cultivando-se algo com potencial para crescer após a pessoa ter oferecido condições para essa semente germinar.

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O curso da vida...



Tudo segue o curso natural e nada pode mudar esse fato.
Tudo o que é é. Nada o que não é jamais será.
Tudo o que se pensa em conquistar não passa de uma idéia em vão que tortura a mente do homem e o afasta da vida.
A vida segue o seu curso natural como as águas do rio desembocam no mar.

Aceitar a vida e amá-la significa unir-se ao divino.
Procurar justificativas e correções para a vida significa opor-se ao divino.
Não existem metas a atingir. Não existe lugar a se chegar. Não existem problemas para serem resolvidos e tampouco questões a serem sanadas.

Descarte suas metas e ame o seu Caminho, pois todos os seus propósitos reais serão realizados. Apenas siga o seu Caminho e todas as respostas serão reveladas. Está tudo contigo, tão inevitável como o curso das águas do rio.

sábado, 27 de novembro de 2010

A renovação do AGORA!



Há tantas coisas esplêndidas na vida tornando-se comuns aos olhos do homem, deixando de ser enxergadas na sua magnitude. A existência nos aponta em suas obras a sabedoria suprema e, mesmo assim, passa despercebida diante do comodismo e do olhar cego, que procura seu foco no brilho da ilusão.

A todo momento, novos ares entram em nossos pulmões e o ar antigo e inútil é eliminado. É uma função vital que passa despercebida... A respiração contém o princípio da mutação - o ar não é mantido, é renovado. No entanto, a criatura humana insiste em manter o que não lhe é mais útil e não lhe pertence, como se tivesse conquistado algo e não pudesse perdê-lo. Quem conquistou? Quem perderia? Não é a vida uma troca constante? Enquanto o passado não é liberado, o presente permanece com ar de podridão.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Integridade no caminho...



O que define a integridade de um indivíduo são as suas escolhas e o seu caminho. Muitos pensam seguir um caminho quando na verdade estão perdidos. Eles olham para frente e seguem rumo a um objetivo, mas abandonam a sua origem. Podem chegar ao destino, mas são incapazes de realizar o objetivo, pois aquilo que originalmente deu início à caminhada foi perdido. O caminhante original perdeu seu ideal e cedeu seus passos a outro. Como pode ter chego ao final assim?

Um caminho só pode ser considerado verdadeiro se a sua origem for preservada. Não como passado, mas sim como um ideal constantemente renovado. Se isso estiver presente por todo o caminho, a unidade prevalece através do tempo e do espaço. Isso significa constância. Quem tem a virtude da constância perdura, pois forma com o seu caminho uma unidade, sem desvirtuar apesar dos ciclos que ocorrem constantemente. Seus objetivos são facilmente realizados, pois existe foco e força. Já aquele que abandona a sua origem se abstém da união com o seu propósito maior e se torna vítima de sua própria ilusão. O que para ele tem valor é em função de algo que negligencia, o que o faz viver em conflito e em guerra consigo e com o meio.

No mundo da dualidade, o homem evidencia a sua espiritualidade ao assumir o compromisso com a unidade. Conduzindo a sua vida a partir de sua fonte original e adaptando-se aos ciclos com consciência da unidade, vive de forma plena. Frente a uma verdade, onde só um lado é aparente, ele toma consciência do lado oculto e mantém o respeito por ambos. Por isso é respeitado e preservado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Simplesmente acontece! Permite?

  

Na sociedade, somos movidos a querer ser alguém, fazer algo, conquistar, sentir prazer... Tudo isso se resume em uma palavra: desejo. E o que é esse desejo se não a mente querendo buscar ilusoriamente no exterior o que habita no interior? Essa é a ação do ego, um produto da mente, e não a nossa ação pura e natural.

Se abandonarmos a mente e nos libertarmos dos desejos supérfluos do ego, o que nos move? Simplesmente acontece! Sem a ideia de um "eu" separado do todo, nos fundimos à natureza e o que nos move então é a mesma força que balança as folhas das árvores e as faz dançar no ritmo da existência. Somos movidos pelo sopro universal, pelo espírito de vida. Não precisamos da mente para nos mover como robôs. A verdadeira força motriz (Qì) é natural e tem um fluxo harmônico. Chove quando é hora de chover e venta quando é hora de ventar. Assim se tornam as nossas ações: simples e naturais.
 
Não se deve confundir "não-ação" com negligência. A natureza age pela não-ação. Um tigre caça a sua presa porque é de sua natureza caçar; essa é a sua não-ação. Se queremos algo, é natural ter uma força que nos impulsiona a alcançá-lo; perseguindo esse objetivo, praticamos a não-ação. Se por preguiça ou comodismo deixamos de ir atrás, então o ego está agindo e deixa de ser não-ação. A questão é fazer as coisas sem apego, aceitando o destino que o Universo dá a essa ação.

Não há fórmulas para descobrir se devemos ou não agir. Na verdade, só existe "dever" em nossas mentes. Se achamos que devemos fazer isso ou aquilo, já é uma interferência da mente. A não-ação é algo intuitivo e espontâneo, então a questão de agirmos ou não depende da nossa disposição consciente no momento. Temos que ir atrás do que queremos ao invés de esperar acontecer. Se deixarmos de ir atrás, pode até ser que por fatalidade a coisa aconteça, mas se nos dispomos a ir atrás, a chance é muito maior. A questão passa a ser então o que queremos de coração e o que é um desejo do ego. Isso a gente descobre no decorrer da vida, essa é a graça. Quando você souber definitivamente, então será um Iluminado.

Quanto mais natural for o comportamento, mais estará perto da não-ação. Essa naturalidade e espontaneidade é o que significa agir com o coração. Quando agimos com o coração, agimos em harmonia com o Universo e, portanto, no momento adequado. O que acontece é que muitas vezes achamos que agimos com o coração quando na verdade é a mente que está agindo. É como confundir a paixão da mente com o amor do coração. Quando realmente agimos com o coração, não criamos expectativas, portanto o que acontecer a partir disso passa a ser aceito naturalmente. Do ponto de vista da totalidade, não há frustração.

Lembre-se: fazemos parte da natureza. Se agimos assim ou assado, nada interfere no ritmo natural, apenas traz consequências positivas ou negativas para nós e para o meio. O nosso livre-arbítrio faz parte da vontade do Céu e da Terra, nós decidimos como usá-lo. O importante é que além do livre-arbítrio, usemos a CONSCIÊNCIA.

O mais importante de tudo é nos sentirmos em paz e felizes com nós mesmos. A partir disso, quanto mais ampliamos a percepção da nossa própria realidade, mais nos sentimos conectados com o todo. Consequentemente, a nossa paz torna-se a paz do mundo. Pode parecer meio utópico e ingênuo, mas é o que acontece mesmo. Não existe nenhum mal além do que criamos em nossas mentes.
 

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ser criador da própria REALIDADE?



Muito se especula a respeito da realidade. Ciência, filosofia, religião, todos defendem uma teoria com base em suas próprias deduções. Há aqueles, no entanto, que percebem que todas as verdades apontadas por alguém são válidas apenas sob determinado ponto de vista. Ao se fazer uma afirmação, automaticamente, algo é negado e assim, nada do que é dito atinge a verdade em sua totalidade. Se a verdade é absoluta, nada pode ser excluído, que é o que acontece quando se propõe qualquer tese.

Podemos falar com propriedade de alguma coisa se a nossa visão sobre isso é baseada em nossas percepções e experiências pessoais? Podemos pensar em termos de uma realidade universal que abranja a todos, mas cada um tem sua própria interpretação dessa realidade. Mesmo que haja uma verdade universal e que cada fenômeno tenha uma verdade intrínseca, para nós, o que importa é como percebemos isso. Não faz diferença se algo tem certas propriedades se a mente humana não é capaz de conceber em sua lógica.

A filosofia hindu fala sobre atman, que é a realidade ou espírito de cada ser. O budismo inovou ao dizer sobre anatman, que significa que nada tem uma substância, que tudo é vazio em essência e que é a nossa mente que atribui valor aos fenômenos. Se antes fora dito sobre a realidade exterior, nesse momento é dito para voltar os olhos para si mesmo, pois tudo o que conhecemos vem da mente. Todos os conceitos que carregamos e através dos quais identificamos qualidades como se fossem propriedades dos fenômenos são criações pessoais. Se todos interpretam as coisas segundo suas próprias concepções, a verdade é relativa.

Vivemos e interagimos com o mundo como se os acontecimentos provocassem por si mesmos uma resposta em nós. Esquecemos que é a nossa percepção particular das coisas que responde. A nossa realidade mental está lá como causa, esperando o momento para se manifestar. É a mente que dispara o gatilho e ativa nossas reações, enquanto inconscientemente funcionamos como robôs programados. Nós permitimos que o exterior, que na verdade é um reflexo nosso, nos controle. Entregamos o poder à mente, que é o resultado de nossas próprias intenções e nos tornamos escravos dependentes dela. Enquanto nos sentimos vítimas da realidade, não percebemos que o "eu" que vive essa realidade nada mais é do que a totalidade de comportamentos, pensamentos e emoções que nós próprios alimentamos.

Apesar de todos os condicionamentos, somos livres para criar a nossa própria realidade. Ao invés de viver dando respostas automáticas ao mundo, o homem pode transformar a sua percepção da realidade e assim, se transformar. Se a única realidade que reconhecemos é a nossa própria realidade, cabe somente a nós usarmos a sabedoria para torná-la como queremos que seja.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O "Caminho" dos caminhos!


Quando se está num caminho, é impossível estar em outro. Por mais que vários caminhos se mostrem possíveis, se seguir um deles, estará abandonando o caminho original. Há um caminho que o coração reconhece e que leva à plenitude do ser. Não se trata na verdade de um caminho, mas O Caminho.

A todo momento fazemos escolhas, mesmo que automáticas. A mente reconhece múltiplas alternativas e as analisa com base na distinção entre bom e ruim, questionando qual caminho seguir. É importante se ter consciência de que os apontamentos da mente discriminatória não tiram o valor da verdade por trás das aparências, da totalidade por trás dos fragmentos. Ou seja, nenhum pensamento alterará a realidade daquilo sobre o qual se está pensando. As coisas são o que são, independente de nosso julgamento.

Se o grande caminho for abandonado através de uma escolha, saiba que não o abandonará realmente, mas apenas ilusoriamente através da mente. Para voltar à origem, será necessário desapegar-se das falsas verdades e optar pela não-mente, pela não-fragmentação de caminhos. Reconheça que as coisas e fenômenos são insubstanciais, que tudo está integrado e, por isso, não existe uma divisão real. Tudo é uma unidade. A ideia de que tudo está separado é uma óptica mental. É preciso transcender a mente para reconhecer que o eu, os outros, o nome que temos e o que damos às coisas como parcelas do Universo são apenas conveniências. A consciência iluminada do Dào, o caminho uno e vazio, não faz essa distinção. Eu sou o que os outros são, o que os astros e todos os fenômenos são: manifestações da confiança espiritual, decisão consciente, ouvir a voz do coração, certeza intuitiva, centrado e sereno em meio ao caos, sublime acima dos valores aparentes e finalmente SER & NÃO SER...

 

sábado, 20 de novembro de 2010

Reavaliação da vida, quando?



No ritmo de "corre-corre" do dia-a-dia, são raros os momentos dedicados ao silêncio e a um contato mais profundo com nós mesmos. Podemos culpar o trabalho, o estudo, os filhos ou seja o que for, mas o fato é que sem nos darmos conta, pouco a pouco o bem-estar deixa de ser prioridade em nossas vidas. Isso é espantoso, já que a principal busca do homem é pela felicidade. Não é de se admirar que a maior parte da sociedade sofra com desgaste físico e problemas de origem emocional.

É urgente a necessidade de revermos as nossas prioridades e desacelerarmos o nosso ritmo descontrolado. Não somos robôs e mesmo eles necessitam de manutenção constante. Não é uma tarefa muito fácil parar e olhar para nós mesmos, pois permanecemos atolados no meio das "obrigações" que a sociedade ajuda a nos sobrecarregar. Precisamos, antes de tudo, nos livrar dos entulhos que escondem a luz que irradiamos.

Será que você descansa o suficiente? Se alimenta bem? Sono e alimento, apesar de ficarem lá no final da lista de prioridades da maioria, são o fundamento da nossa saúde. Nos momentos de descanso, como você aproveita? Entorpecendo a mente na frente da TV? Não que isso seja totalmente ruim, mas na programação da TV você vai encontrar o mesmo teor de loucura que está acostumado na vida diária. Isso definitivamente não é repouso, é um momento de receber passivamente mais informações caóticas no subconsciente. Somos programados para gostar do caos.

O meu convite é para que aprenda algo que a sociedade não ensina: a se respeitar como ser vivo e a se amar. Adquira hábitos que te façam bem; ao invés de fugir de si mesmo, permita-se conhecer um pouco mais, sem julgamento. Tudo o que somos tem uma razão de ser, só nos cabe sermos felizes assim. Descubra o seu tesouro interior, enfrente o medo do silêncio e relaxe na sua própria companhia. Prove o gosto especial que a vida tem não do jeito que queremos que ela seja, mas do jeito que ela é.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Centralizar seu destino...



Como pode o homem sentir-se vítima das circunstâncias quando tudo o que lhe acontece é fruto de uma semente que plantou? O exterior é um reflexo do interior, assim como o homem é um reflexo do ser infinito. O eterno ir e vir, o subir e cair mundano, não afetam o espírito da vida. Se o filho da existência permanecer centralizado em seu ser, poderá contemplar a beleza da manifestação. Com o coração em paz, a vida se mostrará um espetáculo milagroso.

Quem se afasta do Caminho, do centro do ser, inevitavelmente se vê vítima do ritmo da vida. O subir radica no cair - isso é natural e belo. Para aquele que está descentralizado, essa bela lei parece um castigo aprisionador. A vida não conhece o aprisionamento como o homem o conhece.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Por quê o Abandono?


Abandonar... Trata-se de um termo considerado negativo pelo senso comum da socidade. Ele remete à perda, à separação, ao sacrifício, quando o que a sociedade valoriza é o ganho, a soma e a obtenção de cada vez mais. Todos se dedicam a atividades de ganho, seja cultural (estudo) ou financeiro (trabalho), mas muito pouco é dedicado ao abandono.

É natural, na existência cíclica que vivemos, que as coisas percam o seu valor e necessitem de renovação. Para haver um fluxo de harmonia na vida, é importante aprender a liberar tanto quanto a receber. Quando se acumula bens, idéias, emoções, dentre outros, com o tempo, a mente passa a integrá-los em sua existência e não consegue mais distingüir o que é inato e o que é adquirido. Quando isso vai embora, sua perda é sentida com sofrimento, como se fizesse parte da pessoa. Tudo tem o seu tempo de validade e o melhor que podemos fazer é aprender a lidar com essa lei natural.

Uma das principais ferramentas para esse exercício é a meditação. Ao meditar, todos os pensamentos e emoções são deixados de lado. Para nos encontrarmos, tudo é abandonado - seja algo agradável, doloroso, sagrado ou profano. O importante é a experiência direta de permanência no vazio. Quando tudo é abandonado, algo permanece, pois há uma força natural para que as coisas encontrem o seu caminho. Ao se esconder as jóias, os interesseiros se vão, mas os amigos que realmente importam ficam. No caminho da verdade, só o que é real tem valor.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ter opinião formada o faz lúcido?



Como é bom não ter opinião! "Tanto faz", "pode ser", "quem sabe?", "não sei"... Que sábias palavras!

Ninguém se aproxima tanto da verdade nem é tão livre quanto alguém que não tem uma opinião rígida a respeito das coisas. Sempre será visto como um alienado e bobo, embora seja o mais sábio. Afinal, existe maior sabedoria do que achar tudo relativo num mundo onde não existem absolutos?

O "sim" de hoje pode ser um "não" amanhã. Que digam que é um louco, o que importa? Ninguém conhece tão bem o sentido da vida quanto o tal louco. Vive com o espírito em paz, sem se importar com o que pensam nem com o que dizem. Ele transcende o entendimento comum, tão aprisionado em padrões sociais. Ele conhece a fonte, não precisa dos canais. Por isso, sempre o verão com maus olhos. Mas ele não se importa: respeita a todos da mesma forma, pois sabe que vivem na ilusão e seus julgamentos são frutos da ignorância. Ou não... Quem sabe?

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Fluir a vida ao infinito ao sabor do viver...



O universo é um todo: um só ser manifestado na existência.
Toda a existência consiste em canais por onde a fonte do infinito se manifesta. De acordo com as características de cada um, poderão fluir com maior facilidade determinados elementos, com tendência a um dos seus lados duais. Quando há consciência de que a existência é condicionada por esses fatores, a harmonia prevalece. Porém, quando isso é ignorado e se acredita ser uma entidade independente, apegando-se a valores convenientes e eliminando-se as aversões, o ego se engrandece, gerando discórdia e sofrimento - efeito resultante da quebra da harmonia. É o que acontece quando se parte para o extremo: seu lado oposto, que foi abandonado, será reposto de alguma forma para haver o equilíbrio. É a lei universal do carma. Todos temos débitos cármicos, que são buracos outrora abertos que devem ser recompensados.

Impedindo algo de fluir através de nós, sem aceitá-lo e reprimindo-o, perde-se a totalidade da luz que deveria brilhar em cada um. A vida perde a sua totalidade e a pessoa torna-se um condutor entupido, incomodado sempre por evitar o que fere a noção egóica de ideal, mas que é algo pendente para ser resolvido. Não há como escapar, o carma acompanhará a pessoa vida após vida. O adiamento só traz mais sofrimento. Ao se permitir ser você mesmo aceitando com consciência suas características consideradas ruins, elas fluirão com as outras energias, ficando o bom senso encarregado de mantê-las em ordem. Sem medo nem vergonha de si mesmo, o equilíbrio se fará e o universo fluirá pacificamente.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O sabor da vida.


Os acontecimentos da vida carregam cada um seu próprio sabor: doces momentos, amarguras... E a vida vai sendo temperada a gosto da existência - de modo vezes mais agradável ao nosso paladar, vezes menos. O paladar filtra o que é bom e o que é ruim através da mente discriminatória. Perdido o paladar, há puramente a alimentação, sem discriminação. Todo o alimento é bem-vindo, pois nutre o corpo, a morada do espírito.

Somos nós mais sábios do que o Universo para saber o que nos faz bem ou não? A harmonia é feita entre a luz e a sombra, entre o alto e baixo, entre o doce e o amargo. Pela nossa mente, permanecemos em um dos pólos e evitamos o pólo oposto, daí surge a desarmonia. Ao adotarmos uma atitude vazia perante a ação da existência, tudo flui em equilíbrio e o benefício certamente é gerado, seja a curto ou longo prazo. O amargor vem de uma visão superficial e limitada. Nas profundezas da verdade, longe da discriminação mental, tudo tem um sentido, tudo é válido. Nada está a nosso desfavor. Isso é consciência. A vida é bela, afinal. 

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Confiança no Caminho do meio...



Fazer o que deve ser feito no momento sem a preocupação de onde isso vai dar é trilhar o Caminho. O Destino não está nas nossas mãos, mas, ao mesmo tempo está, para aqueles que almejam serem o "senhor dos seus destinos". Isso é na verdade um "paradoxo" nas mãos da inteligência suprema. O Caminho é um fim em si mesmo. Não há início, não há fim. 

Os filhos do Caminho devem confiar em sua fonte, para que ela jorre toda a sua luminosidade e guie suas vidas em harmonia. Se em algum instante, te afastares do Caminho, não o procure. Mergulhe interiormente, contemple o silêncio e diante de ti encontrará a luz para os teus passos. 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Realização passageira ou constante?



Só podemos iniciar se houver uma origem; só podemos caminhar se houver um caminho; só podemos finalizar se houver um fim. Muitas vezes, seguimos o nosso caminho de modo incerto, sem saber se é o nosso próprio caminho ou o dos outros. É preciso consciência! O que queremos da vida? Todos buscam a mesma coisa: plenitude, realização. Só podemos nos realizar se tivermos uma definição do que é essa realização e de quem somos nós, pois a realização é estritamente pessoal. O que em nós foi herdado dos pais, da sociedade ou seja de quem for, tudo será descartado no caminho da realização. Só o que é inato perdura.

O mundo fenomenal é um ciclo de altos e baixos. Todo começo tem seu fim; toda luz tem sua sombra. Nada é permanente e, dessa forma, a realização não é definitiva. Somente elevando a consciência além dessa realizade impermanente é que é possível ter verdadeira plenitude. Devemos ser a própria causa da nossa plenitude. Não deve haver separação entre nós e a nossa realização. Isso é iluminação.

O verdadeiro objetivo que buscamos é a iluminação. Muitos confundem a luz mundana com a luz divina, mas no ciclo de altos e baixos da vida, uma hora nos deparamos com a verdade. Então é hora de optar: ou seguir o caminho real ou continuar perdido na ilusão. Para seguir o Caminho, devemos estar nus, íntegros e decididos. Não há lugar para fórmulas ou credos; devemos fazer por merecer estar lá. É uma jornada solitária, onde devemos provar a cada momento que estamos caminhando com os nossos próprios pés e que o que queremos é exatamente o que o Caminho quer. Nada mais pode interferir na realização, então ela acontece.