segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Homenagem a minha querida avó

Lucila de Figueiredo Torres Novaes
-1933 - 2008 - 
Vivendo sempre nas dimensões atemporais da eternidade
O que posso dizer sobre esta singular pessoa? Que com sua forte personalidade, opinião e perseverança foi e ainda é para toda a eternidade, exemplo para seus filhos e netos que a amarão por toda a eternidade...
Outro dia indo a casa onde ela morou quando ainda estava em seu corpo fisico, minha mãe achou em meio as caixas de revistas e livros deixados por ela, um fino "livrinho" de nome MÃE crônicas do mago em homenagem à mulher, fonte de vida e sabedoria e passou para que ficasse comigo. Os pensamentos e conceitos meus e de minha avó se assemelham em alguns aspectos...
Ao chegar em casa peguei o "livrinho" e o devorei de capa `a capa como se fosse a última vez que fosse lê-lo. Um dos contos do livro me cativou e é esse o que deixo aqui para todos lerem...

Semente de mostarda

Certa mãe, deseperada com a morte do filho, procurou Buda. Pedia que a curasse da dor que tal perda provocava.
- A cura é simples - disse Buda. - Chá com semente de mostarda.
Mais tranquila, a mulher se preparava para ir ao mercado comprar as sementes, quando Buda advertiu:
- Mas as sementes têm que ser colhidas no jardim de uma casa onde seus habitantes nunca tenham perdido alguém que amavam.
Dois anos depois, a mulher voltou.
- Então, encontrou as sementes de mostarda? - perguntou Buda.
- Eu estava fechada em minha dor, não entendia que a morte é parte da vida - disse ela. - Mas descobri que tal jardim não existe; todo mundo já perdeu uma pessoa querida. E todos sobreviveram ao sofrimento. Meu coração está em paz. Sei que posso conviver com a dor e seguir adinte...

FIM.

OBS: O que eu entendo disso? Bem, que a vida continua e nunca termina e que os passos que damos enquanto "vivos" neste planeta refletirá de modo importante como formos para o outro lado... O nascimento não foi o inicio e a morte nunca será o fim! Pense nisso...

Te amo vovó...

PARA VENCER A MORTE



A única certeza que temos sobre o nosso futuro é que um dia iremos morrer. Ela é tão cristalina como o suceder dos dias e das estações, como a renovação constante da vida na qual a morte cumpre o desígnio de uma lei e de uma Vontade infinitamente superior à nossa.

Morrer seria como dormir? Estaria certo o poeta inglês ao colocar nos angustiados lábios de Hamlet as misteriosas palavras sobre o sono da morte?

Nós, que tão pouco entendemos sobre o significado da vida, ficamos perplexos defronte das várias teorias e crendices sobre o desenlace para o qual caminhamos inexoravelmente.

A morte é a ausência de atividade; é a inércia que corrompe as células mentais e prostra o indivíduo na frieza e no mutismo da indiferença defronte do que acontece a si mesmo e à humanidade.

Esta é a morte em vida; a morte contra a qual podemos e devemos lutar para que as nossas vidas não sucumbam na indiferença, no tédio, no vazio e na depressão.

Para a Logosofia, vencer a morte é vencer a inércia mental; vencer a rotina e a mesmice do suceder repetido de dias e de anos; criar novas atividades, novas idéias e um novo ser humano das cinzas do velho ser, este sim, que deve morrer definitivamente: o velho homem de preconceitos e temores seculares.

Assim, a cada morte e renascer diários, a cada amanhecer que suceda à noite da transição, saibamos experimentar a sensação de vida que se desprende de toda a atividade construtiva que sejamos capazes de empreender.

Reflexão do dia:
Nós não podemos mudar nada sem que primeiro a aceitemos
(Carl Jung)