sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Logosofia - torne-se o michelangelo de sua vida e de sue mundo!



Aperfeiçoa a ti mesmo

Os ensinamentos logosóficos ajudam a explorar e conhecer melhor nosso mundo interior

A logosofia não tem muitos adeptos pelo mundo (seus seguidores não passam de 6 mil, espalhados por 20 países), mas também não tem pressa de crescer. As pessoas que a descobrem e adotam seus ensinamentos formam a principal peça de divulgação dessa ciência. Basicamente por três motivos: pela consciência que têm de suas possibilidades e de suas limitações, pela tranqüilidade com a qual transformam problemas em aprendizagens e pela disposição de estar sempre em transformação, começando por si mesmos.

O nome nasceu da junção de duas palavras de origem grega: logos, que significa inteligência, razão, criação; e sofos, ciência, conhecimento. O campo de estudo é a própria vida. Seu criador, Carlos Bernardo González Pecotche, o Raumsol, era argentino e pregava a evolução consciente: uma maneira de melhorar a si mesmo e à humanidade por meio do conhecimento que está nos textos logosóficos, dentro de cada indivíduo e no respeito às leis universais e a Deus.

Nem crença nem religião
Não, a logosofia não é uma religião. Embora admita a existência de uma força criadora - a prova estaria em tudo o que está à nossa volta, inclusive o ser humano -, ela não admite dogmas nem preconceitos, pois eles nos impedem de evoluir. "Crer - escreveu Pecotche num de seus livros - produz certo grau de inibição mental que entorpece e até anula a função de raciocinar." Maria Isabel Olival, empresária que estuda logosofia há sete anos, foi criada no catolicismo mas, inquieta com as questões espirituais, procurou também em livros espíritas e esotéricos caminhos para entender suas angústias e dilemas. Não encontrou. "A logosofia me mostrou que as respostas estavam em mim mesma", afirma.

Embora esse processo de autoconhecimento seja individual e único, é essencial socializar essas experiências. "Desvendar a si mesmo sem compartilhar é como ser cientista e não divulgar suas descobertas", compara o engenheiro Cláudio Creazzo Puga, vice-presidente do Conselho da Fundação Logosófica em São Paulo e estudante da ciência desde criança. Essa interação entre os praticantes se dá uma vez por semana nas sedes da Fundação - hoje, há 50 espalhadas por todo o Brasil. Elas são organizadas por núcleos de estudos, masculinos e femininos. Estes, por sua vez, dividem-se em grupos temáticos e por grau de conhecimento. Antes de se tornar estudantes e docentes de si mesmos, os interessados passam por três encontros de informação e sete de preparação. Cada freqüentador contribui com 100 reais por mês e com trabalho voluntário em todas as áreas de atuação da fundação.

Ponte que leva ao tesouro
A logosofia afirma que cada indivíduo tem um mundo interno tão grande quanto o Universo. Ao descobri-lo, a pessoa começa a acender pequenas lâmpadas num túnel extenso e escuro. "Nos livros de logosofia existem vários tesouros. O método logosófico é a ponte para alcançá-los", ilustra o engenheiro David Cohen, há 19 anos um estudioso do tema. Esse trabalho é composto por três etapas:

1. A busca da teoria. Nos textos logosóficos estão todas as informações necessárias para o esclarecimento dos temas de estudo (a mente, a inteligência, o espírito, a amizade, o amor etc.). O estudante deve fazer anotações e dedicar-se à leitura pelo menos uma hora por dia.

2. A observação interna. Depois da pesquisa teórica, é preciso prestar atenção na maneira como os diversos temas se manifestam na própria vida. Essa prática leva à ativação do conjunto das faculdades da inteligência (observar internamente, refletir, pensar, imaginar e despertar a memória, entre outras). Com isso, é possível perceber em si mesmo as deficiências e propensões comuns aos seres humanos.

3. O treinamento para a transformação (o verdadeiro processo de evolução consciente). Quando se experimenta com acerto, incorpora-se à vida um novo conceito.

Controle da mente
Depois de 13 anos estudando e praticando a logosofia, a empresária Daisy Fasano afirma que um dos grandes aprendizados desse período foi o controle de seus pensamentos. "Separo uma hora do dia para tentar encontrar a solução para meus problemas. Se conseguir nesse intervalo, ótimo. Senão, desligo-me deles e não deixo que me dominem", conta. Dessa forma, ela evita o martírio causado por pensamentos que fogem do controle da inteligência. Com o treinamento logosófico, ela começou a observar como reagia diante de determinadas situações e percebeu como alguns pensamentos - sempre os ruins - a dominavam.

Essa postura diante da vida é que faz com que os seguidores da logosofia sejam os maiores divulgadores da ciência. Quem adere a ela foi levado por um amigo e convencido, pelas leituras e discussões, de que qualquer melhoria na sociedade deve passar, antes de tudo, pela evolução do próprio indivíduo.

Ninguém é perfeito - mas todos podemos melhorar
As deficiências e propensões formam conjuntos de manifestações que impedem o ser humano de evoluir conscientemente. O mergulho na própria mente faz com que essas características negativas sejam identificadas e haja um esforço para modificá-las. Raumsol catalogou 44 deficiências e 22 propensões e indicou os antídotos capazes de anulá-las. Aqui estão algumas delas:

DEFICIÊNCIAS

cobiça - coloca a inteligência a serviço do lucro e da posse

falsa humildade - uso da falsa modéstia para obter elogios

falta de vontade - carência de incentivo interno que impede a busca de horizontes mais amplos

teimosia - apego a uma idéia, pensamento ou opinião que bloqueia a inteligência

PROPENSÕES

ao engano - acreditar por ingenuidade ou por ambição

ao deleite dos sentidos - influência de estímulos passionais, fraqueza por coisas efêmeras e gozos materiais

ao desalento - incapacidade da pessoa de enfrentar situações penosas

ao desespero - fatos adversos ganham exageradas proporções

ANTIDEFICIÊNCIAS

honestidade - só ela pode curar o extravio causado pela cobiça

sinceridade - precisa ser adquirida com muita atenção e empenho

decisão - querer alcançar algum objetivo com muita força e se propor a consegui-lo

docilidade - abranda a dureza do caráter e permite a assimilação de novas situações

PARA NEUTRALIZAR

Não se entregar à ilusão e confiar em si mesmo antes de confiar nos outros

Adotar abstinência gradual até a evolução consciente se estabelecer e oferecer as satisfações espirituais

Providenciar para si os recursos para fortalecer a alma

Pensar que a crise poderia ter sido pior leva ao equilíbrio

Para saber mais

Fundação Logosófica www.logosofia.org.br
Curso de Iniciação Logosófica, Carlos Bernardo González Pecotche, Editora Logosófica
Exegese Logosófica, Carlos Bernardo González Pecotche, Editora Logosófica
Logosofia - Ciência e Método, Carlos Bernardo González Pecotche, Editora Logosófica
O Mecanismo da Vida Consciente, Carlos Bernardo González Pecotche, Editora Logosófica


A logosofia não tem muitos adeptos pelo mundo (seus seguidores não passam de 6 mil, espalhados por 20 países), mas também não tem pressa de crescer. As pessoas que a descobrem e adotam seus ensinamentos formam a principal peça de divulgação dessa ciência. Basicamente por três motivos: pela consciência que têm de suas possibilidades e de suas limitações, pela tranqüilidade com a qual transformam problemas em aprendizagens e pela disposição de estar sempre em transformação, começando por si mesmos.

O nome nasceu da junção de duas palavras de origem grega: logos, que significa inteligência, razão, criação; e sofos, ciência, conhecimento. O campo de estudo é a própria vida. Seu criador, Carlos Bernardo González Pecotche, o Raumsol, era argentino e pregava a evolução consciente: uma maneira de melhorar a si mesmo e à humanidade por meio do conhecimento que está nos textos logosóficos, dentro de cada indivíduo e no respeito às leis universais e a Deus.

Nem crença nem religião
Não, a logosofia não é uma religião. Embora admita a existência de uma força criadora - a prova estaria em tudo o que está à nossa volta, inclusive o ser humano -, ela não admite dogmas nem preconceitos, pois eles nos impedem de evoluir. "Crer - escreveu Pecotche num de seus livros - produz certo grau de inibição mental que entorpece e até anula a função de raciocinar." Maria Isabel Olival, empresária que estuda logosofia há sete anos, foi criada no catolicismo mas, inquieta com as questões espirituais, procurou também em livros espíritas e esotéricos caminhos para entender suas angústias e dilemas. Não encontrou. "A logosofia me mostrou que as respostas estavam em mim mesma", afirma.

Embora esse processo de autoconhecimento seja individual e único, é essencial socializar essas experiências. "Desvendar a si mesmo sem compartilhar é como ser cientista e não divulgar suas descobertas", compara o engenheiro Cláudio Creazzo Puga, vice-presidente do Conselho da Fundação Logosófica em São Paulo e estudante da ciência desde criança. Essa interação entre os praticantes se dá uma vez por semana nas sedes da Fundação - hoje, há 50 espalhadas por todo o Brasil. Elas são organizadas por núcleos de estudos, masculinos e femininos. Estes, por sua vez, dividem-se em grupos temáticos e por grau de conhecimento. Antes de se tornar estudantes e docentes de si mesmos, os interessados passam por três encontros de informação e sete de preparação. Cada freqüentador contribui com 100 reais por mês e com trabalho voluntário em todas as áreas de atuação da fundação.

Ponte que leva ao tesouro
A logosofia afirma que cada indivíduo tem um mundo interno tão grande quanto o Universo. Ao descobri-lo, a pessoa começa a acender pequenas lâmpadas num túnel extenso e escuro. "Nos livros de logosofia existem vários tesouros. O método logosófico é a ponte para alcançá-los", ilustra o engenheiro David Cohen, há 19 anos um estudioso do tema. Esse trabalho é composto por três etapas:

1. A busca da teoria. Nos textos logosóficos estão todas as informações necessárias para o esclarecimento dos temas de estudo (a mente, a inteligência, o espírito, a amizade, o amor etc.). O estudante deve fazer anotações e dedicar-se à leitura pelo menos uma hora por dia.

2. A observação interna. Depois da pesquisa teórica, é preciso prestar atenção na maneira como os diversos temas se manifestam na própria vida. Essa prática leva à ativação do conjunto das faculdades da inteligência (observar internamente, refletir, pensar, imaginar e despertar a memória, entre outras). Com isso, é possível perceber em si mesmo as deficiências e propensões comuns aos seres humanos.

3. O treinamento para a transformação (o verdadeiro processo de evolução consciente). Quando se experimenta com acerto, incorpora-se à vida um novo conceito.

Controle da mente
Depois de 13 anos estudando e praticando a logosofia, a empresária Daisy Fasano afirma que um dos grandes aprendizados desse período foi o controle de seus pensamentos. "Separo uma hora do dia para tentar encontrar a solução para meus problemas. Se conseguir nesse intervalo, ótimo. Senão, desligo-me deles e não deixo que me dominem", conta. Dessa forma, ela evita o martírio causado por pensamentos que fogem do controle da inteligência. Com o treinamento logosófico, ela começou a observar como reagia diante de determinadas situações e percebeu como alguns pensamentos - sempre os ruins - a dominavam.

Essa postura diante da vida é que faz com que os seguidores da logosofia sejam os maiores divulgadores da ciência. Quem adere a ela foi levado por um amigo e convencido, pelas leituras e discussões, de que qualquer melhoria na sociedade deve passar, antes de tudo, pela evolução do próprio indivíduo.

Ninguém é perfeito - mas todos podemos melhorar
As deficiências e propensões formam conjuntos de manifestações que impedem o ser humano de evoluir conscientemente. O mergulho na própria mente faz com que essas características negativas sejam identificadas e haja um esforço para modificá-las. Raumsol catalogou 44 deficiências e 22 propensões e indicou os antídotos capazes de anulá-las. Aqui estão algumas delas:

DEFICIÊNCIAS

cobiça - coloca a inteligência a serviço do lucro e da posse

falsa humildade - uso da falsa modéstia para obter elogios

falta de vontade - carência de incentivo interno que impede a busca de horizontes mais amplos

teimosia - apego a uma idéia, pensamento ou opinião que bloqueia a inteligência

PROPENSÕES

ao engano - acreditar por ingenuidade ou por ambição

ao deleite dos sentidos - influência de estímulos passionais, fraqueza por coisas efêmeras e gozos materiais

ao desalento - incapacidade da pessoa de enfrentar situações penosas

ao desespero - fatos adversos ganham exageradas proporções

ANTIDEFICIÊNCIAS

honestidade - só ela pode curar o extravio causado pela cobiça

sinceridade - precisa ser adquirida com muita atenção e empenho

decisão - querer alcançar algum objetivo com muita força e se propor a consegui-lo

docilidade - abranda a dureza do caráter e permite a assimilação de novas situações

PARA NEUTRALIZAR

Não se entregar à ilusão e confiar em si mesmo antes de confiar nos outros

Adotar abstinência gradual até a evolução consciente se estabelecer e oferecer as satisfações espirituais

Providenciar para si os recursos para fortalecer a alma

Pensar que a crise poderia ter sido pior leva ao equilíbrio

domingo, 9 de agosto de 2009

A descoberta do BUDA em você



Gautama, o Buda, é a maior ruptura que a humanidade conheceu até agora. O tempo não deveria ser dividido com o nome de Jesus Cristo; ele deveria ser dividido com o nome de Gautama, o Buda. Deveríamos dividir a história em antes de Buda e depois de Buda, não antes de Cristo e depois de Cristo, porque Cristo não é uma ruptura - é uma continuidade. Ele representa o passado em sua tremenda beleza e grandiosidade. Ele é a própria essência de toda a busca do homem antes dele. Ele é a fragrância de todo o empenho do homem para conhecer Deus, mas ele não é uma ruptura. No verdadeiro sentido da palavra, ele não é um rebelde. Buda é, mas Jesus parece mais rebelde do que Buda pela simples razão de que a rebelião de Jesus é visível e a rebelião de Buda é invisível.

Você precisará de um grande insight para compreender a contribuição de Buda para a consciência humana, para a evolução humana, para o crescimento humano. O homem não seria o mesmo se Buda não tivesse existido. O homem teria sido o mesmo se Cristo não tivesse existido, se Krishna não tivesse existido - não haveria muita diferença. Elimine Buda e algo de tremenda importância fica perdido; mas sua rebelião é muitíssimo invisível, muitíssimo sutil.

Antes de Buda, a busca - a busca religiosa - dizia respeito, basicamente, a Deus: um Deus que estava do lado de fora, um Deus que estava em algum lugar lá em cima, no céu. A busca religiosa também dizia respeito a um objeto de desejo, tanto quanto era a busca mundana. O homem mundano buscava dinheiro, poder, prestígio; e o homem não-mundano buscava Deus, o céu, a eternidade, a verdade. Mas uma coisa havia em comum: ambos estavam olhando para fora de si mesmos, ambos eram extrovertidos. Lembre-se dessa palavra, porque ela vai ser útil para você compreender Buda.

Antes de Buda, a busca religiosa não estava interessada no interior, mas no exterior. Ela era extrovertida e, quando a busca religiosa é extrovertida, ela não é religiosa. A religião começa somente com a introversão, quando você começa a cavar profundamente dentro de si mesmo.

As pessoas procuraram durante séculos por Deus: Quem é o construtor do universo? Quem é o criador do universo? E há muitos que ainda estão vivendo numa era pré-búdica, que ainda estão fazendo essas perguntas, "Quem é o criador do mundo? Quando ele criou o mundo?". Há algumas pessoas estúpidas que até determinaram o dia, a data e o ano em que Deus criou o mundo. Há teólogos cristãos que dizem que exatamente há quatro mil e quatro anos antes de Jesus Cristo - segunda-feira, 1º de janeiro! - Deus criou o mundo ou começou a criar o mundo; e ele terminou o trabalho no sexto dia. Uma só coisa é verdadeira quanto a isso: ele deve ter terminado o trabalho em seis dias, porque você pode ver a confusão em que o mundo está - trata-se de um trabalho de seis dias! E desde então, ninguém mais ouviu falar dele. No sétimo dia, ele descansou e, desde então, tem continuado a descansar...

Talvez Friedrich Nietzsche esteja certo, ele não está descansando - está morto! Ele não tem demonstrado nenhum interesse. Então, o que aconteceu com sua criação? Parece estar completamente esquecida. Mas os cristãos dizem: "Não, ele não se esqueceu. Olhe! Ele enviou Jesus Cristo, seu primogênito, para salvar o mundo. Ele ainda está interessado". Esse foi o único interesse que ele demonstrou, enviando Jesus Cristo... - mas o mundo não está salvo. Se esse era o propósito ao enviar Jesus Cristo ao mundo, então Jesus fracassou e, por tabela, Deus fracassou - o mundo é o mesmo. E que espécie de interesse era esse - seu mensageiro foi crucificado e Deus não conseguiu fazer nada?

Ainda há muitos vivendo nessa visão de mundo pré-búdica.

Buda mudou toda a dimensão religiosa, ele deu a ela uma virada tão linda! - ele fez perguntas verdadeiras. Ele não era metafísico, nunca fez perguntas metafísicas; para ele, a metafísica era pura tolice. Ele foi o primeiro psicólogo que o mundo conheceu, porque baseou sua religião não na filosofia, mas na psicologia. Psicologia, em seu significado original, quer dizer ciência da alma, a ciência do mundo interior.

Buda não perguntou quem criou o mundo. Ele perguntou: "Por que eu estou aqui? Quem sou eu? Quem está me criando?". E não se trata de uma questão do passado - quem me criou. Nós estamos sendo criados constantemente. Nossa vida não é como uma coisa criada uma vez e para sempre: ela não é um objeto. Ela é um fenômeno crescente, é um rio fluindo. A cada momento, ela está passando através de um novo território. "Quem está criando a vida, esta energia, esta mente, este corpo, esta consciência que sou eu?" Seu questionamento é totalmente diferente. Ele está transformando a religião da extroversão para a introversão.

A religião extrovertida roga a Deus; a religião introvertida medita. Oração é extroversão; é dirigida a algum Deus invisível. Ele pode estar lá, pode não estar - você não está seguro, não tem certeza; a dúvida vai persistir, fatalmente. Desse modo, toda oração está enraizada, de um modo ou de outro, na dúvida, no medo, na incerteza, na ambição. A meditação está enraizada no destemor, na desambição. A meditação não está mendigando nada de ninguém, ela não é endereçada a ninguém. Meditação é um estado de silêncio interior. Oração ainda é barulho, você ainda está falando - falando a um Deus que pode não estar lá. Então, ela é insana, neurótica: você está se comportando como um louco. Pessoas loucas ficam falando; não se importam muito se há alguém para ouvi-las ou não. Esse é um sinal seguro de que elas são loucas - imaginam que alguém está ali; não apenas isso, elas quase podem ver o outro. A visualização delas é ótima, a imaginação é muito substancial. Elas são capazes de transformar sombras em substância, imaginação em realidades, ficção em fatos. Para você, elas parecem estar envolvidas num monólogo; para elas mesmas, elas estão envolvidas num diálogo. Você não pode ver quem está presente ali - elas estão sozinhas. Mas elas vêem que alguém está presente.

É devido a esse fato que a psicanálise é muito cautelosa quanto à religião, porque a pessoa religiosa se comporta exatamente como o neurótico. E há muitos psicanalistas que acham que religião nada mais é que uma neurose de massa - e eles são da seguinte opinião: a religião extrovertida é uma neurose de massa.

Mas os psicanalistas ainda não tomaram ciência de Buda. Buda lhes dará um novo insight dentro da religião, dentro da verdadeira religião. Não há nenhuma oração, nenhum Deus. A meditação não é um diálogo, nem mesmo um monólogo - meditação é puro silêncio. As pessoas me perguntam: "Qual deveria ser o objeto da meditação?". Elas estão fazendo a pergunta errada, mas eu posso compreender por que a fazem. Elas viveram nas religiões da oração, e a oração não pode existir sem alguém lá para quem rezar. A oração precisa de um objeto de veneração; a Pai Nosso, que é um momento de comunhão com o divino, mas também com nós mesmos e nossas ações, mas o que é mostrado na TV são orações pra Jesus dar uma casa, pagar as dívidas, ganhar um jogo de futebol...).', CAPTION, 'Saiba mais', STICKY);" onmouseout="nd();">oração é uma dependência. Aquele que venera não é independente; é dependente do objeto de sua veneração e tem medo também. Mas o meditador não tem nenhum objeto. Meditação não quer dizer "meditar sobre algo". A palavra inglesa "meditation" dá uma conotação errada. Em inglês, não há nenhuma palavra para se traduzir a palavra budista dhyana. Na verdade, em nenhuma outra língua do mundo há uma palavra que seja absolutamente sinônima de dhyana. E por causa disso que, na época em que o budismo chegou à China, não foi possível traduzi-la para o chinês; desse modo, dhyana tornou-se chan - trata-se da mesma palavra. A palavra sânscrita é dhyana, mas Buda usou o páli, uma outra língua, a língua compreendida pelas pessoas entre as quais ele vivia. Em páli, dhyana tornou-se jhana; de jhana, ela tornou-se ch'an em chinês, e daí tornou-se zen em japonês. O chinês não tinha nenhum equivalente, o japonês não tinha nenhum equivalente. Na verdade, nenhuma outra língua tem equivalente, porque nenhuma outra língua deu à luz um homem como Buda. E, sem um Buda, fica impossível dar esse novo significado, essa nova visão, essa nova dimensão.

Em inglês, meditação quer dizer "meditar sobre algo"; mas, então, trata-se de pensamento; no máximo, de contemplação. Isso não é meditação. Meditação quer dizer estar meditativo, silencioso, pacífico, sem pensamentos na mente, uma consciência sem conteúdo. Esse é o verdadeiro significado de meditação: consciência pura, um espelho refletindo o nada. Quando um espelho não está refletindo nada, isso é meditação.

Buda transformou toda a questão religiosa da metafísica numa grande psicologia, porque ele perguntou: Quais são as causas da minha vida e da minha morte? Ele não está interessado no universo. Ele diz: Temos de começar pelo começo; e qualquer coisa, para ter um sentido de verdade na vida, tem de dizer respeito a mim mesmo: Quem sou eu e por que eu sou? Quais são as causas que continuam me criando?


Numa única palavra, tudo o que é significativo está contido: Sammasati


Gautama, o Buda, não é o único buda na história do mundo: milhares de budas vivem e já viveram no mundo, em diferentes partes do mundo. Eles podem não ser conhecidos como "budas", mas "buda" simplesmente significa "o desperto".

A palavra "buda" simplesmente quer dizer "o desperto". Esse não era o nome dele. Seu nome era Gautama Sidarta. Quando ele se tornou iluminado, aqueles que compreenderam sua iluminação começaram a chamá-lo de Gautama, o Buda. Mas a palavra "buda", de acordo também com Gautama, o Buda, é simplesmente inerente a todo ser humano, e não somente a todo ser humano, mas a todo ser vivo. É a qualidade intrínseca de todo mundo. Todo mundo tem direito, por nascimento, de tornar-se um buda. Qualquer pessoa desperta, em qualquer lugar do mundo, tem o direito de ser chamado de "buda". Gautama, o Buda, é somente um dos milhões de budas que aconteceram e que acontecerão.

A única qualidade que o buda tem, no centro do seu ser, é a observação, o testemunhar. Testemunhar é o todo da espiritualidade resumido numa única palavra. Testemunhe que você não é o corpo, testemunhe que você não é a mente e testemunhe que você é somente a testemunha. Apenas um espelho refletindo - sem nenhum julgamento, sem nenhuma apreciação, sem nenhuma condenação - espelho puro. Eis o que o buda é.

Ser um buda não é ser budista. O budista é um seguidor, o buda sabe.

No momento em que você conhece sua própria condição de buda, você conhece todos os budas - a experiência é a mesma.


Fique silencioso. Feche os olhos.
Olhe para dentro tão profundamente quanto possível.
Esse é o caminho.
Lá, no fim do caminho, você é o buda.

E a jornada é muito curta - um único passo.
Só é preciso total urgência e absoluta honestidade
para olhar direto dentro do seu próprio ser.
Lá está o espelho; o espelho é o buda.
Ele é sua natureza eterna.
você tem de entrar cada vez mais e mais fundo, até descobrir a si mesmo.
Não hesite. Não há nenhum medo.
Ê claro, você está sozinho, mas essa solitude é uma experiência enorme, bela.
E neste caminho você não encontrará ninguém, exceto você mesmo.

Relaxe e seja apenas um espelho observador,
que testemunha, refletindo tudo.
Nem aquelas coisas têm intenção de ser refletidas,
Nem você tem intenção de captar seus reflexos.
Simplesmente seja um lago silencioso refletindo,
e toda a bem-aventurança é sua.
Este momento presente se torna a não-mente, o não-tempo,
apenas uma pureza, um espaço sem fronteiras.
Essa é a sua liberdade.

E a menos que você seja um buda, você não é livre.
Você não conhece nada da liberdade.
Deixe essa experiência mergulhar fundo em cada fibra do seu ser.
Fique ensopado, encharcado.
Quando você voltar, volte encharcado
com a névoa da sua natureza búdica.
E lembre-se desse espaço, desse caminho,
porque você tem de carregá-lo durante as 24 horas
em todas as suas ações.
Sentado, em pé, andando, dormindo, você permanece um buda.
Então, toda a existência se torna um êxtase.