quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mente e corpo desaparecidos!



A mente e o corpo desapareceram. Mente e corpo desaparecidos! Todos deveriam experimentar este estado; é como colher fruta com um cesto sem fundo, como jogar água numa tigela esburacada; por muito que queiramos, jamais podemos encher o recipiente. Quando se compreende isto, atravessa-se o fundo do cubo. Mas enquanto existir um vestígio de conceitualismo que nos faça dizer “compreendi isto” ou “apercebi-me disto”, ainda se continuará brincando com irrealidades.

A vida é única e indivisível; quando a dividimos em fragmentos – alguns deles fascinantes, outros aborrecidos, outros que nos interessam ou não nos interessam pessoalmente, etc. – na realidade estamos perdendo por completo o fluxo da vida. Ao tentar dominar os acontecimentos, ficamos encalhados em falsas ilhas de permanência, vemo-nos como algo estável enquanto a “vida” passa a toda a velocidade.  Cada momento e cada ação, por insignificantes que sejam, deve contemplar-se como a manifestação real da condição búdica. Não existem meios para chegar a um fim, porque o fim é o AGORA...

 

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