quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A chama do amor...



Sobre este íntimo ponto da ferida, que parece atingir a profundidade da medula do espírito, onde o deleite é mais profundo, quem poderá falar convenientemente? Na verdade, a alma experimenta ali como um grão de mostarda de tamanho mínimo, vivíssimo e extremamente incendido, o qual projeta em derredor um vivo e abrasado fogo de amor. Este fogo, proveniente da substância e força daquele ponto ardente onde por sua vez se acha a substância e virtude do veneno, a alma o sente difundir-se por todas as suas veias substanciais e espirituais, segundo sua capacidade e fortaleza. Com isto, de tal maneira nela cresce e tão forte se torna o abrasamento do fogo, e esse mesmo abrasamento intensifica tanto o amor, que dá a impressão de mares de fogo amoroso cujas águas inundam as alturas e profundidades da alma, enchendo tudo de amor. Parece-lhe, então, que todo o universo é um oceano de amor, no qual está ela engolfada, não alcançando avistar termo nem fim onde se acabe esse amor, pois, como dissemos, sente a alma dentro de si mesma o vivo ponto e centro do amor.

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