Na realidade, a Compaixão não está relacionada de modo específico com o fato de sermos compassivos, no sentido de sermos caridosos ou bondosos para com o nosso próximo, com o fato de fazermos doações regulares a refugiados, ou com o fato de de pertencermos a diversas organizações religiosas, embora tudo isso possa estar também incluído. Essa caridade é fundamental; ela resulta no desenvolvimento do entusiasmo dentro de nós. É a partir dessa simplicidade e dessa percepção que o Bodhisattva desenvolve fervor altruísta dentro de si mesmo; ele não pensa de modo algum em termos do seu próprio benefício psicológico; ele não pensa: “Eu não gostaria de vê-lo sofrer.” O “Eu” não está absolutamente envolvido na questão. Ele fala, pensa e age de forma espontânea, sem nem mesmo pensar em termos de ajuda, ou de preenchimento de qualquer finalidade específica. Ela não age movido pela “religião” ou pela “caridade”. Age apenas de acordo com o momento presente, verdadeiro, através do qual desenvolve uma espécie de fervor. Existe, aliás, um grande fervor nessa percepção e também grande criatividade. Suas ações não têm limites e todos os tipos de impulsos criativos apenas surgem dentro dele e são, de certa forma, adequados exatamente para aquele momento particular. As coisas apenas acontecem e ele simplesmente navega no meio delas, de forma que existe, nele, uma tremenda e contínua criatividade. Esse é o verdadeiro ato do Karuna – termo sânscrito que significa “Coração Nobre”, ou “Coração Compassivo”.
sábado, 15 de janeiro de 2011
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