Dia das Mães, uma data tão explorada e abusada pelo comércio. Para resgatar nosso sentimento sobre nossa Mãe, reproduzo o trecho inicial do capítulo "Uma Rosa para sua lapela" do lindo livro Ensinamentos sobre o Amor, de Thich Nhat Hanh (Editora Sextante, Rio de Janeiro, 2005). Ao ler, lembre-se que foi escrito por um homem santo e grande meditador, que não se deixa levar pelas emoções -- o que torna o texto tanto mais tocante ao falar do sentimento pela mãe:
O pensamento “mãe” não pode estar separado do pensamento “amor”. O amor é doce , terno e delicioso. Sem amor, a criança não consegue florescer, o adulto não amadurece. Na ausência desse sentimento, somos fracos, amargos. No dia em que minha mãe morreu, escrevi no meu diário: “Aconteceu a maior infelicidade da minha vida!” Mesmo uma pessoa idosa não se sente preparada quando perde a mãe. Ela tem a impressão de que ainda não amadureceu, que de repente ficou sozinha. Sente-se tão abandonada e infeliz quanto um órfão jovem.
[...]
O trabalho do pai é enorme, imenso como uma montanha. A devoção da mãe transborda, como a água de uma nascente da montanha. O amor materno é o primeiro sabor de amor que conhecemos, a origem de todos os sentimentos de amor. Nossa mãe é quem primeiro nos ensina a amar, a disciplina mais importante na vida. Sem minha mãe eu nunca teria aprendido a amar. Graças a ela posso amar meus vizinhos. Graças a ela posso amar todos os seres vivos. Por meio dela adquiri minha primeira noção de compreensão e compaixão. A mãe é base de todo o amor, e muitas tradições religiosas reconhecem isso e honram sua figura – a Virgem Maria, a deusa Kwan Yin. Mal a criança abre a boca para chorar, a mãe já está correndo para o berço. Ela é um espírito gentil e doce que faz a infelicidade e as preocupações desaparecerem. Quando a palavra “mãe” é pronunciada, logo sentimos nosso coração transbordando de amor. A partir do amor, a distância entre acreditar e agir torna-se muito curta.
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