Todas as vezes que penso nas coisas que mais valorizo na vida e que realmente me fazem feliz, me deparo com a palavra “liberdade”. Tento entender o que ela é, mas me perco na imensidão de seu significado. Liberdade: portas abertas, potencial para uma nova realidade. Um desafio! O que eu faria na total liberdade do meu ser? Afinal de contas, quem disse que não sou livre?
Nem perto de ser real, a falta de liberdade é, na verdade, um hábito humano. Desde a primeira idéia do homem acerca da realidade em que vive, ele vem se enclausurando na sua própria jaula. Buscar um sentido na vida é algo natural, mas só é válido quando feito da maneira adequada. As pessoas estão presas a noções falsas da realidade, baseadas na ânsia pela satisfação de seus desejos e impulsos.
Se o homem quer entender a vida, deve primeiramente perceber que a vida não dá respostas. Ela não precisa se justificar, ela é o que é: livre. O entendimento da realidade fica a critério pessoal. Mas quem está preparado para encarar a vida da forma livre como é, sem respostas para suas questões, sem um sentido para sua compreensão intelectual? Ao invés de enxergar a realidade como é, o homem prefere enxergá-la como ele imagina, como uma projeção de seus desejos.
À parte dessa ficção mental, as coisas são como são. Nós nos sentimos presos justamente por nos limitarmos às nossas expectativas, tentando impô-las contra a realidade. A liberdade só é possível aceitando-se as coisas como são. Ela não consiste em adaptar a realidade a nós, e sim em ser flexível para adaptar-se à realidade. O homem que aspira à liberdade deve mudar sua perspectiva, deve abandonar o seu conceito limitado do que é ser livre. A vida não tem um sentido inerente, cada um dá forma ao vazio. Um indivíduo livre se esvazia, aceita a si mesmo e, dessa forma, aceita o mundo. Ele não busca a liberdade, ao contrário, ele oferece ao mundo a liberdade que nasce de seu interior.
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