Ao velho refrão de que a espiritualidade é sinônimo de alienação social, digo que no decorrer de minha longa experiência de vida o que constatei foi o contrário: somente os homens que cultivam sua espiritualidade é que se compadecem com o sofrimento alheio e se tornam capazes de fazer algo concreto no sentido de diminuí-lo.
O pavoroso desequilíbrio social a que assistimos nestes dias não se deve à falta de comida mas à falta de vergonha, consciência e compaixão. E estas não podem ser encontradas no altar do materialismo que nossa civilização cultua.
Após décadas de sofrimento, violência e opressão, a alma humana anseia por coisas mais elevadas, mais afetuosas e mais puras do que as oferecidas pelos hábitos atuais de vida no Ocidente, introduzidos pela revoltante invasão publicitária, pelo estupor da TV e pela música intolerável.
É justo que a vida humana e as atividades sociais tenham como objetivo único a expansão material? É permissível que tal expansão seja promovida em detrimento de nossa integridade espiritual? Se o mundo não chegou ao seu final, chegou agora à maior virada de sua história, igual em importância à da Idade Média para a Renascença. Isso exigirá de nós um retomada espiritual.Teremos que despertar para uma visão mais elevada, para um novo sistema de vida em que nossa natureza física não seja amaldiçoada como foi na Idade Média mas, mais importante, que nossa espiritualidade não seja pisoteada como o é em nossa era.
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