domingo, 10 de julho de 2011

e quando a verdade bater na porta...



Um jovem viúvo tinha um filho de 5 anos, a quem amava muito. Num dia em que teve de ausentar-se para tratar de negócios, sua vila foi invadida e incendiada por bandidos que levaram também seu filho. Ao voltar e dar com as ruínas, o homem ficou em pânico. Tomou o cadáver carbonizado de um empregado doméstico como sendo de seu filho, chorando e debatendo-se desatinadamente. Organizou uma cerimônia de cremação, recolheu as cinzas e as guardou numa linda sacola de veludo. Trabalhando, dormindo, comendo, ele sempre carregava a sacola consigo.

Um dia seu filho conseguiu escapar dos seqüestradores e correu, tomando o caminho de casa. Chegou à cabana do pai no meio da noite e bateu à porta. Imagine que o pai ainda carregava consigo a sacola, chorando, relembrando.

-- Quem é? – perguntou o pai.

-- Sou eu, papai. Abra a porta. É seu filho.

No seu atormentado estado mental, o pai achou que seria algum moleque travesso querendo se divertir às suas custas e berrou, mandando o menino embora, continuando a chorar. O menino bateu outra e outras vezes, mas o pai recusou-se a abrir a porta. Depois de um bom tempo o menino finalmente desistiu e se foi. A partir daí pai e filho nunca mais se viram.

Ao terminar de contar esta história Buda disse:

-- Às vezes, em algum lugar, você toma alguma coisa como sendo verdade. Se você se apega muito a isso, quando a verdade chegar em pessoa e bater à sua porta você não a deixará entrar.

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